Em uma manhã de agosto de 2014, eu acordei com uma pequena irritação no olho direito que era bem sensível à iluminação.
Resolvi esperar um pouco para ver se a irritação melhorava, uma vez que começou sem nenhuma justificativa plausível.
Aquele dia foi realmente complicado e resolvi ficar no quarto com portas e cortinas fechados para aliviar as pontadas no olho que mais pareciam uma facada ao olhar para a claridade.
À noite, já preocupado com aquela irritação e dores, resolvi ir ao Pronto Socorro Oftalmológico. O médico de plantão fez uma série de exames e a fisionomia dela me deixava curioso, para não dizer muito preocupado.
Para quebrar o clima ruim que estava gerando, eu falei que pensei ser uma conjuntivite ao que ele responde: "antes fosse" e então começou a me explicar que se tratava de uma Uveíte Anterior e me passou um colírio, porém me orientou a procurar o meu oftalmologista regular.
Liguei para o meu oftalmologista tentando uma consulta de urgência e consegui a indicação de um outro oftalmologista, pois o meu estava em um congresso na França.
Durante a consulta, dada a minha expressão de muita preocupação o dr. Carlos Eduardo começou a me explicar sobre a Uveíte e suas complicações, confesso que fiquei muito preocupado, mas torcia para os 50% de Uveítes sem explicações patológicas que ele me explicou.
Saí de lá com o seguinte procedimento: pingar o colírio Maxidex 4 vezes ao dia por 5 dias, 3 vezes ao dia por mais 5 dia e assim até parar.
A irritação e as dores foram diminuindo e eu já nem me lembrava daquele episódio mais, porém o nome Uveíte sempre me incomodava.
Uma semana após o término desse tratamento, eis que estou trabalhando e então a mutação começou novamente no meu olho direito. Rapidamente marquei com o oftalmologista novamente e ao chegar a reação dele me preocupou, pois confirmou uma nova ocorrência da Uveíte.
Conversamos muito sobre a situação, ele além do procedimento de aumentar para 10 dias cada quantidade de utilização do colírio, me pediu alguns exames laboratoriais.
Ao pegar o resultado dos exames me deparei com um HLA-B27 reagente, aí a pergunta que ficou no ar: O que é isso? Pesquisas no Google e a preocupação aumenta.
Voltei ao oftalmologista e ele me explicou tudo direito. Fiquei um pouco aliviado, mas preocupado afinal de contas eu tinha casos seguidos de Uveíte (2 casos) e o antigênio HLA-B27 reagente.
Mas o oftalmologista me deixou tranquilo, dizendo que esse segundo caso poderia ser por um tratamento muito rápido com o colírio e que eu ficasse tranquilo, não precisaríamos de muita atenção nesse primeiro momento, mas que ficasse atento a novas ocorrências da Uveíte.
Eu já estava até me esquecendo da uveíte e de uma possível complicação quando em véspera da sexta-feira da paixão de 2015, início de abril, aparece no mesmo olho um Tersol. Voltou ao Pronto Socorro Oftalmológico e confirmo o tal do Tersol. Vida que segue, vamos continuar sem preocupação.
Novamente utilizando o Maridex e eis que ao final da utilização recomendada pela médica de plantão no dia, surge uma nova vermelhidão no olho direito. Corro e agendo novo atendimento com o Dr. Carlos Eduardo, o oftalmologista que estava me acompanhando nesse caso que não diagnosticou novo caso de Uveíte, mas me solicitou procurar o meu clínico geral e passou um laudo para o mesmo, saí do consultório e liguei para o clínico geral que tinha vaga em 40 minutos.
O clínico leu o laudo e me explicou um pouco mais sobre a espondilite anquilosante, primeira vez que um médico falava abertamente sobre a doença comigo. Solicitou mais alguns exames, dentre eles uma radiografia de tórax.
Não preciso dizer que eu já estava ficando muito preocupado com tudo que estava acontecendo comigo.
Pego o laudo da radiografia de tórax e me assusto mais ainda, surgiu um módulo no pulmão esquerdo e eu fico desesperado. Volto ao clínico geral e esse me solicitada uma Tomografia Computadorizada que foi um parto para conseguir marcar. Essa solicitação ocorreu por volta do dia 22/04/2015 e só consegui marcar a tomografia para 19 de maio. Meu Deus quanto desespero!
Ao pegar o laudo da Tomografia Computadorizada no dia 21, mal podia esperar pelo aval do médico no dia 22, porém a consulta foi desmarcada e reagendada para o dia 25 de maio. Eu lia e relia o laudo, mas precisava de um palavra médica. Fiquei sem dormir de ansiedade e angústia, por que o médico havia desmarcado? Será que era algo grave e a clínica já havia entrado em contato com ele e ele estaria tentando algo aliviar como me dizer? Ou não era nada e por isso ele havia desmarcado com tanta segurança?
O pior final de semana da minha vida havia passado e eu estava na sala de espera, ansioso por uma palavra médica. Ufa! Realmente o módulo estava calcificado e provavelmente era resultado de uma gripe mal curada ou até mesmo de uma pneumonia que eu não lembrava se tive.
Primeira parte do diagnóstico concluída, ele me orientou a procurar um reumatologista para finalizar o diagnóstico ou descartar de vez quaisquer suspeitas.
Vou explicar no próximo post como foi a rotina pelos 3 reumatologistas que eu busquei para validar ou invalidar a suspeita de espondilite anquilosante
Também tive uveite, na verdade duas vezes, mas foi consequência da toxoplasmose que adiquiri ( protozoário encontrado em fezes de animais, especialmente gatos e cães)
ResponderExcluirFoi horrível! Fico feliz em ver como você tem encarado o seu problema,é motivante! Muita força e saúde pra você!
Temos sempre a opção de chupar o limão ou fazer uma limonada ou caipirinha. Eu prefiro sempre o suco ou a caipirinha.
ExcluirComentários como o seu que me motiva a escrever mais e contar um pouco dessa minha loucura que se chama vida.
Obrigado
Também tive uveite, na verdade duas vezes, mas foi consequência da toxoplasmose que adiquiri ( protozoário encontrado em fezes de animais, especialmente gatos e cães)
ResponderExcluirFoi horrível! Fico feliz em ver como você tem encarado o seu problema,é motivante! Muita força e saúde pra você!