domingo, 28 de fevereiro de 2016

Cicloviagem nas Férias - Caminho da Fé

O Caminho da Fé (www.caminhodafe.com.br) inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, foi criado para dar estrutura às pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio.

Já é o segundo ano que me aventuro nessa peregrinação de fé, reflexão e oração. Esse ano utilizei em especial para me concentrar em conversar com o Pai sobre a EA e sobre como devo me comportar de agora em diante.

Saímos no dia 11/02 de Belo Horizonte até São Carlos-SP de ônibus, nessa cidade fizemos a credencial que receberiam os carimbos de onde passássemos até Aparecida onde receberíamos o certificado de peregrino.

No dia 12/02 fizemos um trajeto de 84,96 quilômetros por estrada de chão entre São Carlos e Santa Rita do Passa Quatro. Graças à Deus não senti nenhum incomodo proveniente da EA.

Uma recomendação que minha reumatologista me faz é que eu me atente muito ao alongamento das costas e lombar, portanto eu fazia e faço alongamentos específicos duas vezes ao dia para evitar quaisquer transtornos. Adaptei o hábito de fazer alongamentos para costas e lombar ao acordar, me sinto muito melhor para levantar da cama e começar o dia.

No dia 13/02 fizemos um trajeto de 91,88 quilômetros entre Santa Rita do Passa Quatro e Vargem Grande do Sul. Nesse dia eu senti um pequeno incomodo nas costas ao lavar as roupas, pode ser pela posição que me encontrava junto ao tanque, porém após os alongamentos diários não senti mais nenhum incômodo.

No dia 14/02 fizemos um trajeto de 95,67 quilômetros entre Vargem Grande do Sul e Serra dos Limas. Esse dia a altimetria começou a ser um dificultador, mas graças à Deus não tive incômodos significativos, mas não deixei de fazer meus alongamentos.

No dia 15/02 fizemos um trajeto de 73,21 quilômetros entre Serra dos Limas e Tocos do Moji. Nesse dia fomos seguidos por uma chuva o tempo todo e ela nos pegou saindo de Borda da Mata, o trecho entre Borda e Tocos do Moji foi debaixo de muita chuva e fizemos 3 quilômetros praticamente carregando as bikes, uma vez que o barro estava acumulando no passador dianteiro e não havia condições de pedalar. Optamos por fazer o trajeto por asfalto para evitar desgastes desnecessários.

No dia 16/02 fizemos um trajeto de 64,51 quilômetros entre Tocos do Moji e Paraisópolis. A ideia era chegarmos em Cantagalo, entretanto tivemos que atrasar nossa saída devido à grande quantidade de chuva que caiu durante a noite. Esse trecho foi composto por serras muito grandes e uma altimetria muito forte. Apesar de toda a altimetria, dificuldades providas pelas chuvas, trechos empurrando a bike e aos alongamentos que não deixo de fazer, não senti nenhum incômodo proveniente da EA.

No dia 17/02 fizemos um trajeto de 28,89 quilômetros entre Paraisópolis e Luminosa (Pousada da Dona Inês). Esse dia foi mais curto, estrategicamente, para termos um maior descanso para subir até Campos do Jordão no dia seguinte.

No dia 18/02 fizemos um trajeto de 113,8 quilômetros entre Luminosa (Pousada da Dona Inês) e Aparecida do Norte.

Todos os dias eu fazia uma sessão de alongamentos antes e após a realização do trajeto. Na sessão realizada pela manhã eu focava mais nos conjuntos musculares de costas e lombar, para a sessão de término da pedala não havia foco, me concentrava em alongar todos os grupos musculares possíveis. Tenho certeza que essas sessões de alongamento me ajudaram muito.

Eu fico muito satisfeito e até mesmo orgulhoso de conseguir realizar essa aventura que é uma cicloviagem. O desgaste é muito grande, tanto físico quanto mental, mas me sinto privilegiado por poder pedalar por 8 ou até 10 horas por dia tendo um diagnóstico de espondilite.

As dores existem sim, mas entendo que são dores do desgaste físico por horas pedalando, por tantas subidas de montanhas realizadas e até mesmo por falta de um preparo físico mais eficiente.

Se eu não tivesse o diagnóstico de EA já seria um grande feito essa cicloviagem, afinal pedalar 564 quilômetros em 7 dias por montanhas, estrada de chão e com altimetria considerável é um desafio muito grande. Com o diagnóstico da EA me sinto na obrigação de compartilhar com vocês que é possível sim ter uma vida saudável quando se opta pela vida e não pela doença.

Faço os acompanhamentos normais com o reumatologista, porém resolvi que não devo tratar apenas a doença e sim tentar fazer com que ela não me cause mais lesões. Por isso intensifiquei a prática de esportes e criei uma rotina médica mais intensa com clínico geral, endocrinologista, cardiologista e oftalmologista.

Atualmente o clínico geral está com um acompanhamento semestral, reumatologista trimestral e endocrinologista um acompanhamento anual.

Eu agradeço muito aos amigos que fizeram essa cicloviagem comigo. Marcel e Paulo, obrigado pela paciência, respeito e companheirismo.

Um comentário:

  1. Parabéns amigo! Muita força e saúde, você nos inspira a continuar lutando

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