quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mudança de Plataforma

Oi amigos,

comunico que deixei de utilizar o Blogspot e migrei para a plataforma Wordpress, continue me acompanhando em Eu Enfrento A Espondilite.

Aguardo sua visita....

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Expectativas e Frustrações

Flyer do 1º Encontro de EspondiloArtrites
Há muito tempo eu tenho percebido que as expetativas que criamos são a maior fonte das nossas frustrações. Percebo isso em comentários, reclamações, desilusões e relatos dos meus amigos e pessoas que tenho algum contato pessoal ou online.

Eu aprendi que não devemos criar expectativas em pessoas ou situações que não temos controles. As pessoas tem seus livres arbítrios e agem de acordo com sua legitimidade. Muitas situações são direcionadas por pessoas ou acontecimentos que não temos controle e portanto em ambas as oportunidades não devemos criar expectativas.

É muito fácil falar, mas difícil de agir dessa forma. Demorei muito tempo para aprender e mesmo hoje ainda tomo algumas recaídas, principalmente com pessoas que confio muito ou desejo confiar. Mas até as recaídas me auxiliam a aprender ainda mais que as expectativas devem ser criadas somente quando eu tenha um controle alto da situação.

Tento fazer esse exercício em todas e quaisquer situações em minha vida. Seja no esporte, no trabalho, no cotidiano familiar ou onde quer que seja. Posso garantir que os resultados sem expectativas são mais próximos à excelência e satisfação pessoal.

Essa satisfação nos leva a ter uma vida melhor, sermos mais felizes e confiantes em dias melhores. Acho que essa forma de agir pode nos ajudar mesmo em tratamentos de doenças crônicas, como é o caso da EA. Seja ao visitar um novo reumatologista, uma nova droga, um novo esporte. Nós, enquanto pacientes e seres humanos, temos a necessidade (expectativa) de resultados imediatos e, na maioria das vezes, não é isso que teremos. Os resultados são provenientes de muito trabalho e esforços.

Hoje eu tive uma grata surpresa pela manhã. Não sou de ficar me pesando para ver se estou ou não emagrecendo dado a quantidade de atividades físicas que me submeto e à reeducação alimentar que faço, mas hoje resolvi passar na farmácia e me pesar. No dia 08/04 na minha última visita à nutricionista eu estava com 92,600 KG e hoje ao me pesar eu estava com 87,450. Sem nenhuma expetativa de ter emagrecido e apenas por curiosidade de tantas pessoas falarem que estou emagrecido, obtive o resultado de 5,150 KG em 51 dias.

Assim, eu prefiro não criar as expectativas uma vez que elas podem nos frustrar devido a um resultado não tão bom quanto esperávamos.

Isso acontece quando nos doamos demais para uma pessoa e essa pessoa, simplesmente, não dá valor à tudo que fazemos ou falam sempre que somos importantes e num primeiro momento que podem simplesmente demonstram o contrário. Para evitar esse tipo de situação que eu penso que não devemos criar expetativas em relação às situações que não temos controle.

É muito difícil, mas se eu pudesse dar um conselho seria: "viva a vida plenamente sem criar expectativas para não se frustrar".

Essa semana é muito importante para mim, pois fui convidado a participar do evento 1º Encontro de EspondiloArtrites em São Paulo e eu poderia criar muitas expectativas em torno desse evento. Entretanto eu prefiro me concentrar naquilo que com certeza acontecerá como: conhecer pessoas interessantes; ouvir e aprender um pouco mais sobre a Espondilite Anquilosante; passar um final de semana em uma cidade que proporciona bons atrativos culturais; sentir um pouco mais de frio que em BH; além de ganhar 2 livros que serão fontes de ótimas leituras e ensinamentos.

Qualquer coisa à mais que isso que eu pudesse esperar, poderia ser motivo de frustrações. Por isso vamos ser felizes e acreditar sempre que nós somos a fonte de nossa própria alegria e felicidade.

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Contato com a Natureza e o EcoTurismo em Minha Vida

Sempre ouvi algumas pessoas relatando a respeito do tratamento pela natureza, medicina natural ou alternativa. Durante muitos anos eu meio que achei estranho esses relatos e como as pessoas acreditavam piamente nessas alternativas.

Atualmente me vejo numa situação em que acredito que a felicidade e o bem estar é a chave para todo e qualquer tratamento. Fazer o que gosta, procurar se divertir com a vida e ser feliz é um santo remédio e quiçá a fórmula de uma longevidade.

Há pouco mais de 4 anos eu descobri um universo muito interessante chamado trilhas. Sejam à pé, de bike ou como quer que seja, creio que elas fazem muito bem à cabeça e consequentemente ao coração.

A modalidade que eu optei foi a bike, no Mountain Bike Trail. Com essa modalidade eu estou redescobrindo a vida de uma forma muito feliz e divertida. Conheço pessoas, cidades, cachoeiras, em fim, me divirto com a natureza ao meu redor.

Aprendi a ter um respeito pela natureza e pelo ser humano que, até certo ponto, me assusta. Ouvir as histórias e estórias das pessoas simples que conheço pelas cidades que passo praticando o Ecoturismo, me mostrou o quão feliz e abençoado eu sou. E o melhor, antes eu não valorizava isso.

O Ecoturismo me fez apaixonar novamente por morar em Minas Gerais. Conhecer as histórias dos mais diversos cidadãos desse magnífico estado e não aquelas contatadas nos livros, me demonstrou o quão rico é o povo mineiro. Não rico de dinheiro, bens, etc. mas rico em história, cultura, fraternidade e simpatia.
Conhecer Minas Gerais e suas montanhas me encanta a cada dia. 

O ecoturismo trouxe para mim um desejo grande de viajar, de buscar conhecimento, de me fortalecer para conseguir vencer as barreiras e trilhar essas lindas montanhas desse estado tão gigante. Eu aprendi a amar o "Mar de Minas", isso mesmo, Minas tem mar e um maravilhoso mar de montanhas.

Chegar ao topo de uma montanha em Minas Gerais e olhar ao redor para saborear a infinidade de outras montanhas é simplesmente motivador. Essa motivação me leva a buscar cada vez mais estar bem comigo mesmo, enfrentar as dificuldades do dia-a-dia e até mesmo "esquecer" que eu sou portador de EA.

Quem já respirou o ar puro das montanhas entenderá a minha satisfação em poder pegar minha bicicleta e sair trilhando de montanha em montanha por Minas Gerais.

Aqui temos quase 2.000 quilômetros de história, algumas apagadas pela ganância humana como recentemente ocorrera com Bento Rodrigues e Camargos. Essa história é contada pelos Marcos/Piquetes da Estrada Real que deveria ser traçado por todos que amam história e estar junto à natureza.

Para maiores detalhes sobre a Estrada Real clique aqui.  

Posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que o EcoTurismo me auxilia e muito nessa nova vida que busco para mim. Uma vida mais ativa, mais feliz, mais simples e saudável. 

Esse contato frequente, 2 vezes por semana, com a natureza me faz querer melhorar mais minha qualidade de vida. Me motiva a buscar alternativas no esporte para melhorar minha condição física e muscular, me demonstra que para ser feliz não é preciso ter e sim querer sempre ...

Atualmente eu digo com toda certeza, eu quero e quero muito ser feliz. Isso depende única e exclusivamente de mim mesmo.

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Serenidade e Resistência

Nós nos fortalecemos com aquilo que alimentamos. Essa frase vem fazendo cada vez mais sentido para mim, à medida que vou aprendendo a conviver melhor com a Espondilite Anquilosante.

Eu tento, na maioria das vezes, viver o lado positivo da vida e das situações cotidianas. Concordo que isso é não uma tarefa fácil, mas extremamente confortante e gratificante.

Eu venho retirando algumas situações da minha vida gradativamente, à medida que vou vendo sua inutilidade e/ou irrelevância para minha positividade, bem como suas consequências negativas para minha situação enquanto portador de EA.

Um objeto que está cada vez mais em desuso por mim é a televisão. Esse equipamento é muito importante como meio de comunicação, porém os telejornais e noticiários são muito direcionados para o lado negativo (que compreendo que devem ser relatados e informados) e poucas situações positivas são divulgadas e/ou documentadas.

Precisamos alimentar nossa positividade mesmo em momentos adversos, mesmo naquelas situações em que o mais natural seria desistir e prostrar diante das negatividades, reclamação e lamentações.

Parece um devaneio e até mesmo uma hipocrisia da minha parte, mas muitas vezes é importante ignorarmos as dores, as lamentações e nos alimentarmos daquilo que nos fortalece a alma e nos trás para uma vida mais serena e confiante.

Nosso país passa por uma situação complicada e isso nos é noticiado a todo momento, nos direcionando a caminhar para o lado do pessimismo, da intolerância e do caos. Mas é realmente esse o caminho que precisamos? Não sei responder.

Sei que temos que vivenciar com Serenidade para sabermos como nos portar e, principalmente, não sentirmos as consequências que o psicológico negativo causa em nós enquanto portadores de EA e precisamos também de Resistência para não aceitarmos situações que comprometam o futuro do nosso país enquanto nação.

Saber a dosagem entre a Serenidade e a Resistência tem sido um grande desafio para mim.

O diagnóstico da EA me deu a oportunidade de conviver com algumas situações que anteriormente não faziam algum sentido e que agora são muito mais compreensíveis. Um exemplo disso é quando sinto dores em dias difíceis. Por isso ressalto como é importante a Serenidade em minha vida.

Eu acredito na existência de um ser superior que nos destina alguns dons e nos ensina a como os utilizar e gerar frutos. Por isso, vejo o meu diagnóstico da EA como um dom e peço à esse ser superior que me oriente a como conviver dia-a-dia da melhor forma possível e a como poder trazer conforto e esperanças para aqueles que sofrem com essa doença.

Fácil em momento algum afirmo que é ou que será, mas se estou na guerra é para lutar e agora a batalha tende a ser sempre com Serenidade e Resistência.

A busca por essa Serenidade e Resistência pode ser a chave para enfrentar de cabeça erguida as dificuldades que a vida nos proporciona. Sendo assim, creio que enfrentar a EA com essa mentalidade é de suma importância para termos menos as consequências da doença e quiçá da vida.

O viver com Serenidade e Resistência nos levará a enfrentar as dificuldades com mais força e menos lamentações, sabendo onde focar e, mesmo não aceitando os infortúnios e injustiças do cotidiano, não pensarmos e agirmos apenas considerando as negatividades e desventuras que a vida nos submete.

Viver com serenidade pode nos levar a tomar melhores decisões relacionadas a como, quando e por que agir.

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Oportunidades e Gratidão

 A vida é feita de oportunidades de crescimento pessoal, profissional, emocional, etc. e gratidão. Aprender a perceber as oportunidades e agradecer por elas é algo desafiador.

O diagnóstico da EA foi, é e espero que sempre seja fonte de grandes oportunidades em minha vida. Estranho? Sim, muito estranho eu também acho. Mas vou tentar explicar esse sentimento de oportunidades estranhas.

Para entender essa estranha sensação de oportunidade vou contar um pouco da minha rotina antes do diagnóstico.

Eu era uma pessoa muito estressada que colocava a vida profissional à frente de tudo e chegava a viver 24 horas por dia os problemas e desafios profissionais. Perdia compromissos particulares, momentos com amigos, familiares e até mesmo uma possibilidade de ir a um show ou cinema única e exclusivamente por me preocupar demais com coisas que eu não poderia e não posso mudar.

Fiz terapia por aproximadamente 3 anos para tentar mudar um pouco a minha forma de pensar, tomava remédios para controle da ansiedade e estresse. Ficava muito incomodado com situações que eu não posso mudar e que não está em minhas possibilidades fazer algo para melhor.

Trabalho como analista de sistemas que por si só já é uma profissão em que é difícil demais se desligar das funções. Quando essas funções envolvem uma operadora de telecomunicações, com atividades 24 horas e 7 dias por semana, as coisas complicam um pouco mais.

Além disso, me aventuro como professor universitário que quem está no meio sabe exatamente a crise e decadência que estamos vivenciando.

Eu ficava "doente" com a falta de interesse dos alunos, com os problemas e a falta de apoio ao docente por meio da faculdade. Me sentia humilhado pelos alunos que em momento algum se preocupam com o futuro e demonstram apenas interesse em financiar um diploma.

Após o diagnóstico da EA, tudo isso em minha vida virou parte do passado. Ai que percebi a oportunidade do diagnóstico.

Venho aprendendo a cada dia que as coisas que eu posso mudar, eu tenho obrigação para com elas e as que me incomodavam profundamente são aquelas que eu não posso mudar e, assim sendo, não há porque me matar ou me sentir culpado por elas acontecerem.

A EA me trouxe a oportunidade de valorizar as coisas simples da vida, as coisas que realmente fazem sentido e que nos transforam.

Sou grato por ter chegado, inclusive, ao rápido diagnóstico da doença. Não sofri anos a fio como muitos sofrem e passam por diversos tratamentos e diagnósticos errados. Agradeço muito a maturidade que venho adquirindo junto à EA.

Eu me transformei numa pessoa mais alegre, mais viva, mais intensa em relação às pequenas e agradáveis situações da vida. Essa oportunidade eu abracei e quero continuar a aprendendo a conviver com alegria, fé, positividade e gratidão.

Penso que reclamar das dores, apesar de necessário às vezes, não trará nenhum benefício para as consequências da EA e poderá, em contrapartida, afastar pessoas queridas da nossa vida.

Há e sempre haverá um sentido e um motivo para tudo que acontece ou acontecerá em nossas vidas, eu quero aprender a entender esse sentido e agradecer pela oportunidade de crescer e evoluir um pouco mais.

“Quando se levantar pela manhã, agradeça pela luz do sol, por sua
vida e sua força. Agradeça pelo seu alimento e pela alegria de viver.
Se não conseguir enxergar motivos para agradecer, o problema está
dentro de você.”
TECUMSEH (1768–1813)
Chefe da Tribo Shawnee

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Alimentação e EA

Assim como todos que possuem uma doença crônica, não somente a EA, eu resolvi fazer uma pesquisa sobre alimentos que podem ser benéficos ou maléficos para a minha situação.

Com essa pesquisa cheguei aos alimentos com Gordura Trans, Açúcar, Pão Branco, cheeseburgers, Álcool, Ácidos Graxos Omega-6, Leite, MSG (conservante e intensificador de sabor glutamato monossódico) e Glúten.

Minha primeira opção foi tentar cortar tudo isso de cara. Porém, como faço um controle nutricional desde 2012, resolvi conversar com minha nutricionista sobre essa questão de cortar a alimentação que seja proveniente dessas relacionadas à cima.

Nada melhor que conversar com alguém experiente e profissional da área. Ela foi contrária a cortar 100% dessa alimentação, apesar de já fazermos um controle rigoroso no balanceamento nutricional e ainda me expressou claramente os motivos pelos quais não deveríamos eliminar todos os alimentos que possam causar alguma "inflamação" ou alimentos inflamatórios.

Um dos motivos é o fato de eu ser assintomático quanto à EA e não apresentar nenhum quadro inflamatório atualmente. Não podemos prever que futuramente eu não terei um quadro inflamatório e aí sim ter que cortar esses alimentos, então temos que deixar algo para ser cortado em momento oportuno.

Atualmente eu faço uma dieta bem controlada, balanceada e com a orientação da nutricionista. Toda a dieta leva em consideração minha rotina diária, bem como atividades esportivas e profissionais.

Tenho notado muitos incômodos provenientes de excessos alimentares. No último domingo, 01/05, houve um churrasco em comemoração ao meu aniversário e de outros amigos, nesse churrasco eu abusei um pouco da carne e do álcool. Coincidência ou não, na segunda-feira dia 02, eu senti muitos incômodos na parte superior das costas.

Pode ser uma pura coincidência, mas achei muito condizente com essa postagem e resolvi compartilhar aqui. Não quero pensar que seja única e exclusivamente por conta da EA, mas é um tanto quanto curioso como a alimentação nos fortalece ou nos causa inconvenientes.

Eu me sinto muito à vontade com os profissionais que me acompanham (nutricionista, fisioterapeuta e educador físico), pois deixo muito claro para eles meu diagnóstico e solicito sempre que possível a ajuda deles em relação à sua área de atuação.

A Marina, minha nutricionista, nunca havia ouvido falar em Espondilite Anquilosante e fez pesquisas à respeito para me ajudar. Assim como meu fisioterapeuta, Jorge, que nunca me deixa desanimar de evoluir no esporte e mais recentemente o Educador Físico, Daniel, que sempre se preocupa com as atividades que possam causar lesões na coluna.

Essa união de alimentação, esporte, positividade e vida saudável tem feito muita diferença para mim, tanto psicológica quanto fisicamente falando.

Agradeço à todos os profissionais e pessoas que sempre me incentivam. Às vezes sou um pouco insistente e persistente com algumas dessas pessoas mas é por ainda não saber demonstrar toda minha gratidão de forma mais singela e amena. Deus os abençoe sempre!

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!


segunda-feira, 2 de maio de 2016

O Dia Mais Doido do Ano

Hoje é um dia muito feliz para mim, meu aniversário e consequentemente o dia mais doido do ano.


Como diz um bom mineiro "Doidemai" (Doido de mais ou Dois de Maio).

Não digo apenas por hoje, mas meu final de semana foi muito agraciado em comemoração a mais uma passagem de ano em minha vida. Eu tenho muito que agradecer e penso que pouco a pedir, pois Deus me faz feliz a cada dia. E após o diagnóstico da EA, eu aprendi e estou aprendendo muito a dar valor à pequenas coisas, como por exemplo alguns amigos deixarem seus lares e irem comemorar comigo em um domingo lindo de sol. Muitos desses amigos deixaram seu lazer em detrimento de passar algumas horas comigo, me trazendo muitas alegrias.

Algumas pessoas são tão especiais que a simples presença faz o coração palpitar e ontem no churrasco eu tive a oportunidade de ser agraciado com essas pessoas. Meu coração jubilava de alegria apenas ao ver essas pessoas comigo. Obviamente faltaram muitos, mas cada coisa ao seu tempo.

Me sinto muito feliz por ter essas pessoas ao meu lado e por Deus me abençoar de fazer parte da vida delas e elas da minha.

Sei da responsabilidade que tenho para com cada uma dessas pessoas, mas me alegro apenas com a vida delas e por elas estarem bem. Agradeço muito à Deus por tamanha honra em minha vida.

Presentes? O que são presentes para uma pessoa de 38 anos? Meus amigos, minha família, receber o carinho de pessoas especiais. Algumas a tão pouco tempo em minha vida, mas que já representam muito para mim.

Alguns amigos não deixam de me agraciar constantemente e são tão agradáveis sempre que me pergunto se eu mereço tanto o que recebo. Eu ganhei vinho, camisa, perfume, sorrisos, abraços e muito carinho de todos. Sou realmente muito abençoado.

Hoje recebi muitos donativos para doar para instituições de caridade, isso me alegra demais. Fazer o bem à quem precisa é algo que me dá vida, me dá forças para continuar nessa luta que é viver e viver com esse diagnóstico de EA, eu até me esqueço dela.

Eu só tenho a agradecer por tudo e por todos que estão na minha vida. Não vou citar nomes para não ser injusto com ninguém, afinal são tantas pessoas que me enchem de amor e carinho que faria essa postagem se alongar demais.

Obrigado meus amigos, eu sou muito abençoado por ter cada um de vocês em minha vida.

Deus abençoe a cada um de vocês e que em seus caminhos sempre hajam flores e bençãos.

Eu optei por viver intensamente a vida e não a dor! 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Evite Ambientes e Situações Desfavoráveis

Geralmente não gosto de publicar situações ruins ou constrangedoras, na verdade o intuito aqui é
mais mostrar como viver bem com a EA. Mas acho que a troca de experiências é válida até mesmo para servirem de lições aprendidas.

Há muito tempo tenho notado a decadência do ambiente acadêmico, muitas instituições de ensino vêm se demonstrando mais preocupadas em financiar um diploma do que realmente com a educação dos alunos que, por sua vez, também não querem se esforçarem para conquistar um diploma já que esse pode ser pago.

Na minha última aula desse mês, levei meus alunos para o laboratório de informática para exercitarmos e aprofundarmos os conhecimentos em banco de dados, uma disciplina que eu acho de muita importância para a formação acadêmica.

Tentei iniciar a aula com a exposição do tema que aprofundaríamos na prática, contudo foi impossível uma vez que o laboratório estava mais parecido com uma feira ao ar livre. Assuntos fúteis, desnecessários e em nada condizente com o ambiente acadêmico eram discutidos a todos pulmões. Tentei, inutilmente, trazer os alunos para a realidade da aula, mas foi em vão. Tão em vão quanto minha presença em sala de aula.

O clima ficou mais chato quando os alunos que estavam em busca de conhecimento e que reconhecem o valor tanto pago pela disciplina quanto o valor daquele conhecimento em suas vidas, começaram a pedir respeito por parte dos demais alunos.

Essa situação foi ficando insuportável e eu mesmo me exaltei, fiquei com raiva, chateado e até mesmo fui rude com algumas pessoas que mereciam ou não, mas isso não é meu feitio. Por isso, digo que eu errei até mais que os alunos que não se respeitam quanto mais respeitarão as outras pessoas.

Eu passava pouca matéria no quadro e propunha alguns exercícios sem ao menos explicá-los, uma vez que não havia ambiente em meio à feira livre que o laboratório se tornou.

Na hora do intervalo, fui para a sala dos professores no intuito de colocar a cabeça no lugar e me
livrar das dores que acometiam minhas costas. Como nenhum dos dois objetivos foi concluído, eu optei por não retornar ao laboratório para continuar com a "aula".

Interessante como que aquela noite foi tão dolorosa para mim. As queimações e dores nas cotas me faziam ficar ainda mais tenso e quanto mais tenso mais intensa as dores.

Cheguei em casa e mal consegui tomar banho de pé, pois as dores que estavam nas costas agora refletiam nas panturrilhas e tornozelos.

Eu fiquei por algumas horas pensando em tudo que eu havia vivido naquela noite e, lamentavelmente, cheguei à conclusão que uma alternativa é abandonar, temporariamente, a vida acadêmica até que eu aprenda a conviver com essa situação caótica que se tornou lecionar nas faculdades no nosso país.

O relato aqui é meio que um desabafo, mas um reforço do post O Psicológico e a Espondilite Anquilosante.

Eu sei que a questão não é querer ou não querer sentir dores, mas temos a opção de escolha quanto aos ambientes e situações que queremos viver.

Hoje eu acordei sem dor alguma, um pouco chateado com tudo que ocorreu, mas como seu sempre venho dizendo: Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

Penso que tenho a opção de querer e ser feliz, essa opção se renova a cada manhã. É isso que busco e é nisso que acredito.


"Você vai ser feliz,

mas antes a vida vai 
te ensinar a ser forte." (Guilherme Vanin)


"Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém" (Legião Urbana)

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Eu Vivo a minha vida, não vivo a EA!

A cada dia que opto por viver intensamente minha vida, mesmo tendo o diagnóstico de EA, percebo o quanto essa opção é o melhor remédio que eu poderia me dar.

Quem tem EA e sofre as suas consequências sabe o quanto é triste e desanimador viver com essa doença, entretanto, como disse uma colega de um grupo do Facebook voltado para portadores de EA, é a velha história de alimentar o cachorro, ou seja, fica mais forte o cachorro que você alimenta melhor.

Por isso eu procuro alimentar muito bem minha vida e deixar a EA um tanto quanto de lado, lógico que procurando sempre as atividades (esportes, alimentação, rotinas, pessoas) que causem menos danos às tão dolorosas consequências da EA.

Atualmente vivo literalmente uma vida saudável, não foco no EA e sim nas coisas boas e simples da vida. Almoçar sem falar ou lembrar do serviço, conviver com pessoas positivas, levantar todos os dias e agradecer à Deus pela oportunidade da vida, sair da rotina simplesmente para viver uma experiência diferente.

Apesar de eu ter apenas 8 meses de experiência com esse diagnóstico e ter aprendido pouco sobre a doença ainda, eu aprendi muito sobre a vida e, principalmente, aprendi como precisamos de muito pouco para sermos felizes.

BH, a cidade em que eu vivo, amanheceu hoje com greve de ônibus e um caos no trânsito. Eu tinha tudo para ficar chateado, pois iria perder um tempo muito grande para chegar ao meu trabalho e com certeza teria um dia péssimo e cansativo. Eu, como optei por viver a vida feliz, vi a oportunidade de vir para o trabalho com o meio de transporte que eu mais gosto, ou seja, minha pequena magrela Frankie (minha bike urbana).

O trajeto de casa para o trabalho, que normalmente tem menos de 9 quilômetros, hoje foi feito em 12 quilômetros, apenas para poder pedalar um pouco mais e ver como a vida é boa. Ladeiras e mais ladeiras, sim da minha casa até meu serviço é só subida, eu cheguei ao meu serviço com um belo sorriso estampado no rosto.

Enquanto ligava meu computador para começar a trabalhar, resolvi dar uma conferida nas minhas redes sociais. Quão surpreso fiquei ao receber um convite de um amigo que também é portador de EA,

para participar de um encontro com blogueiros sobre Espondiloartropatias. Realmente foi muito emocionante e motivador para mim.

Obrigado meu amigo Samuel Oliveira, obrigado minha leitora assídua Priscila Torres e estendo aqui meus agradecimentos à toda equipe do projeto EncontrAR . Vocês me deram o melhor presente de aniversário que eu pensei em ganhar esse ano. Adiantado, pois meu aniversário é somente na semana que vem (02/05).

Prestes a completar 38 anos, começo a acreditar que realmente a vida começa aos 40.

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

terça-feira, 19 de abril de 2016

Eu Optei Pela Vida


Estou aprendendo a cada dia como que ser feliz é uma opção tão singular e individual quanto a escolha por aquilo que se vai comer no almoço ou num jantar.
Ser feliz é um "estado da arte" para alguns e uma naturalidade para outros. Eu, porém, a muito procura a felicidade em coisas ou em bens materiais, mas não a felicidade é muito mais simples que isso.

Estar feliz é muito diferente de ser feliz. Quando se descobre a felicidade simples da vida, seja doente ou sadio, a vida se torna mais empolgante, mais cheia de adrenalina e mais importante para nós mesmos.

Eu sou e estou muito feliz comigo mesmo. Sim, apesar de um diagnóstico de uma doença crônica eu tenho muito mais motivos para ser e estar feliz que motivos para viver reclamando disso ou daquilo.

Dores, desilusões, desamores, etc. todos nós já vivemos ou viveremos em algum momento da vida. Faz parte da evolução para a qual fomos escalados por um ser superior e que espera algo de nós.

Atualmente, tenho preferido as coisas boas, os perfumes que embriagam, aqueles ipês floridos pelas ruas a me preocupar se essa tal situação é ou não correta para a sociedade.

Tenho aprendido a viver intensamente a minha vida e a seguir os trilhos da minha vida, pois não há como viver a vida de outra pessoa e portanto a felicidade está dentro de nós mesmos, nunca encontrará a felicidade em outra pessoa ou objeto se não se conhecer a própria essência.

Sorrir. Esse é um remédio para a alma, para a vida e é o caminho mais curto para a felicidade.

Ver as coisas boas ao nosso redor. Isso simplesmente faz com que o peso de um dia exaustivo e complicado saia de nossos ombros.

Fuja. Sim, isso mesmo, fuja de seus problemas por algum tempo. Que seja com alguém ou em algum lugar que traga boas energias. Esqueça da sua vida por algum tempo.
Estou aos poucos me esquecendo da minha "Uma Hora" (tempo que eu gastava para esquecer dos problemas do dia-a-dia ao sair do trabalho). Esse tempo está cada dia menor.

Eu realmente encontrei uma paz e uma felicidade própria que me faz cada dia ver de forma mais amena as tempestades da vida. Essa paz me fez, principalmente, mais calmo, mais tranquilo, mais suave.

É isso que eu quero para minha vida de agora em diante, ser feliz e não simplesmente estar feliz. Nesse quesito felicidade, posso afirmar que estou um pouco egoísta uma vez que não quero momentos felizes (estar feliz). Eu quero minha vida feliz, ou seja, estar feliz.

Eu Vivo a minha vida, não vivo a EA!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

A Vida Pode Ser Mais Simples


Muitas coisas nessa vida são de muita importância até que a prioridade seja invertida e isso aconteceu comigo após o diagnóstico da EA.


Eu comecei a perceber como que as pequenas coisas ao nosso redor são fundamentais para uma melhor perspectiva de vida. 

Nos últimos meses tenho me dedicado à uma vida mais simples e com menos pressão do meio externo que por vezes não podemos evitar. Afinal vivemos em uma sociedade capitalista e nenhum "almoço é de graça".

Deus até hoje não me deu um filho, até mesmo por opção do casal, e creio que é por algumas situações e aprendizados que eram necessários em minha vida.
Minha irmã é portadora de IRC (Insuficiência Renal Crônica) e eu sempre disse que cuidaria muito bem do meu ruim para ela, tanto que deixei de beber (tomo vinho socialmente e degusto algumas cachaças às vezes) com muita frequência para não prejudicar esse órgão tão importante para a situação dela.

Infelizmente, vim a descobrir que essa doação para ela é contra-indicado devido à EA. Ainda estou estudando um pouco mais para dar como impossível a doação.

Essa doação é um grande sonho em minha vida, pois quero dar um pouco de comodidade para ela e como nesse primeiro momento é algo que não é recomendado, voltei a deixar as grandes coisas da minha vida de lado e pensar nas pequenas situações que nos confortam no dia-a-dia.

Vou conversar  pessoalmente com minha reumatologista e com um nefrologista sobre as questões que envolvem essa doação e quais consequências trariam pra mim e para ela em decorrência da EA ou da IRC.

Voltando às pequenas coisas, são elas atualmente que me fazem viver ainda mais confiante e com a felicidade que quem me conhece sabe que carrego no meu cotidiano. Lógico, temos a opção de queremos dividir com quem quer que seja as nossas dores e essa, definitivamente, não é e nunca será uma opção válida para mim.

Depois que mudei meu foco da perspectiva gigante para as pequenas coisas, comecei a aprender mais com a vida e principalmente a ser mais feliz. Hoje posso garantir que sou uma pessoa totalmente diferente da que eu era a 4 anos atrás.

Nesse último final de semana eu tive, como sempre, momentos de encontro com a natureza no meu esporte de paixão, o Mountain Bike. Esses momentos realmente me mostram como eu era mesquinho e não agradecia pelo menos por estar vivo e, atualmente, me sinto muito vivo. Obrigado meu Deus!!!

No domingo eu tive a oportunidade de me divertir com meus dois grandes amores, Miguel e Michele. Meus sobrinhos amados e queridos que um dia entenderão o que a mãe deles passou e passará para simplesmente tê-los em sua vida.

Brinquei tanto com eles que desfaleci após a ida deles para casa, não conseguindo nem ao menos agendar o despertador para a segunda-feira produtiva.

No trabalho sempre tenho contratempos como todo mundo os têm. Antes esses contratempos iam comigo para casa e me faziam ficar chateado por um bom tempo, agora estou cada vez menos com esses contratempos comigo e vivendo melhor os meus pequenos momentos de lazer.

A ida e vinda de bike de casa para o trabalho me ajuda a ver uma cidade menos cinza e mais humana, mesmo com todo os concretos e armaduras de metal (ônibus, edifícios, metrôs, carros e etc) vejo pessoas sorrindo, interagindo entre si, demonstrando carinho e curiosidade com esse ciclista que passa por eles.

Aprendi a desejar bom dia, boa tarde, boa noite para aquelas pessoas que muitas vezes parecem invisíveis no nosso cotidiano. Isso mesmo, como são alegres os garis que brinco com eles em sua labuta e eles até mesmo me oferecem carona! Aquelas pessoas que fazem uma diversão ou panfletagem nos sinais e como que um simples cumprimento pode ser revertido em um gigantesco sorriso.

Na segunda-feira, estando eu parado em um semáforo, fui indagado por alguns alunos de colégio se eu queria um abraço grátis? Eu respondi que eu estava todo suado e a menina me disse que ela também estava. Esse simples gesto foi tão agradável e significativo para meu dia que fez com que nada me abalasse, mesmo com um dia muito difícil de trabalho.

Com isso, percebo que a vida é muito mais simples e nós mesmos que a fazemos ser tão chata e monótona às vezes.

Eu quero e busco com mais intensidade a simplicidade. Quero viver bem e melhor. Hoje sei que estou no caminho certo.

Obrigado à todos que fazem parte dessa minha pequena e agradável vida! Cada um de vocês têm um lugar especial em minha vida.

Optei por viver intensamente a vida e não a dor!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Uma Nova História ...

Desde que fui diagnosticado com a EA que minha vida tomou uma direção bem diferente de tudo que eu pensava até a data do diagnóstico.

Não que eu tenha me entregado à doença ou que venha a viver em função dela. Sim, no início isso passou pela minha cabeça. 

É impressionante como que o amadurecimento provido por uma doença crônica nos fazem ver o mundo e as pessoas de forma diferente. Parece que tudo aquilo que até então era prioritário, a busca infindável, ou até mesmo, a loucura por crescimento pessoal e profissional se tornam tão fúteis e desnecessário.

Já me falaram que eu me tornei muito observador que meu olhar é sempre "suspeito" e instigador, em busca de alguma resposta ou entendimento das pessoas. Pode ser que isso tenha mudado sim e que hoje eu faça uma análise maior das pessoas e das situações ao meu redor.

Tenho percebido o quanto as pessoas tendem a ser negativas e terem uma ótica voltada apenas para as coisas mais difíceis e pesadas do dia-a-dia, porém uma grande maioria vive de forma diferente que transcende essas picuinhas do cotidiano.

Vivemos, infelizmente, uma sociedade reclamante que justifica tudo em sua volta por alguma reclamação de vida ou de alguém. Ninguém tem culpa de nada e todo o fracasso é responsabilidade de alguém ou de alguma situação específica.
Eu resolvi e tenho tentando viver de forma diferente. Ver cada dia como uma nova aventura, como uma nova realidade e com muito a ser vivido de forma intensa e com energias positivas. A cada dia temos a opção de ser melhores que fomos no dia anterior, independente de quem quer que seja.

Eu tenho amigos que reclamam muito que vivem com o foco nas coisas ruins e são sempre atraídos e atraem essas peculiaridades para eles. Também tenho amigos que vivem sorrindo, independente do que tenha acontecido, me recebem sempre com um lindo e grande sorriso no rosto. Esses estão sempre dispostos a melhorar e viver a vida intensamente feliz.

Fico impressionado como que estar ao lado de pessoas de energia positiva é renovador e compartilhar dessa positividade transforma um dia bom em ainda melhor. Seja com ou sem dores, sorrir é a melhor alternativa. Não deixe de ser criança, não perca a alegria dos pequeninos e viva intensamente cada dia.

Em minha vida recente, tem uma pessoa em especial que está sempre sorrindo, sempre disposta a iluminar com alegria o ambiente onde se encontra e que tem me ensinado muito a viver de forma mais positivista, mesmo tendo todos os problemas que todos nós temos.

Existem anjos que Deus coloca na terra em forma de amigos, irmãos, cônjuges e etc. e esses anjos nunca desistem de nós, estão sempre dispostos a nos levar para as alturas e mostrar que a alegria é a solução que buscamos. Alguns desses anjos entram em nossas vidas por motivos inexplicáveis e vão ganhando cada vez mais espaço, carinho, respeito e admiração.

Eu não abandono nenhum desses anjos, sejam os felizes ou os melancólicos, pois ambos me ensinam a como ser e como não ser. Talvez o fato de estar observando melhor o ambiente ao meu entorno tem me ensinado a aprender a ser feliz mesmo em momentos de hostilidades.

Ao nosso lado tem a frieza dos concretos, mas tem a beleza e vivacidade de uma mãe e seus encantos que têm sido meus aliados nessa experiência positiva com a Espondilite Anquilosante.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Páscoa e Atividade Ao Ar Livre Contra a EA


No feriado de Páscoa, resolvemos ir para uma cidade do interior de Minas Gerais chamada Catas Altas que fica a aproximadamente 100 quilômetros de Belo Horizonte.

Combinamos ir de bike, pois há uma estrada de chão que liga as cidades passando pela Estrada Real.

Na sexta-feira saímos de BH por volta das 6:40 da manhã rumo à Catas Altas, porém passaríamos por Sabará e Caeté via asfalto e daí em diante seguiríamos via estrada de chão até Barão de Cocais, mais um pedaço de asfalto até Santa Bárbara e novamente chão até Catas Altas.


O fato de estar com pessoas agradáveis e fazendo um esporte que eu gosto muito me fazem muito bem. Em momento algum das mais de 12 horas pedalando eu senti algum incomodo relacionado á EA.

No sábado estava programada uma visita ao Santuário do Caraça que fica a aproximadamente 34 quilômetros da Pousada onde estávamos. Desses 34 quilômetros, 11 são só de subida a qual gastamos em torno de 2 horas para vencermos. Chegamos lá e fomos agraciado com uma chuva muito forte. Esperamos muito tempo e então resolvemos voltar para a pousada mesmo com chuva. Dos 11 amigos que foram pedalando apenas 4 voltaram pedalando, dentre eles eu.

Foi uma experiência muito agradável, eu voltei a ser criança e me senti tão feliz quanto uma quando ganha um brinquedo novo.

No domingo o plano era regressarmos para BH pedalando e eu não pude deixar o fazer. Ficamos perdidos por um caminho novo que resolvemos fazer, mas mesmo assim eu me diverti muito. Até fui questionado como consigo manter a serenidade mesmo em situações adversas? Ao que eu respondi: Eu prefiro aproveitar todo e qualquer momento que me sinta bem, mesmo porque não sei até quando eu poderei fazer esse tipo de programa.

Fizemos um total de 394 quilômetros entre a sexta-feira da paixão e o domingo de Páscoa. Eu estou muito feliz, sem nenhum tipo de dor ou incomodo que eu possa relacionar à EA. Sinto logicamente a musculatura das pernas cansadas, mas nada nas costas ou lombar.

Como não estou sentindo nenhuma dor nas costas, na lombar ou tórax chegou à feliz conclusão que todo o esforço que venho fazendo com academia, treinamento funcional e alongamentos estão mais eficazes que eu mesmo imaginava que poderia ter como resultado.

Estar com pessoas agradáveis e em locais tão agradáveis quanto são sinônimos de bem-estar para mim e que me fazem até mesmo esquecer que tenho EA. O contato constante com a natureza e ao ar livre me fazem sentir vivo e que sou capaz de tudo aquilo que eu quiser.

As limitações existem, mas temos que saber que são limitações e não impossibilidades. Viva e viva com muita intensidade a vida e não a dor.

A sensação de liberdade que o ciclismo me proporciona é um grande remédio para a minha vida, não estou dizendo apenas em relação à Espondilite Anquilosante, mas para o meu dia a dia e rotina da vida cotidiana de um analista de sistemas e professor universitário.

Minha mulher, que sempre está comigo, relata sempre que eu sou uma pessoa quando pedalo e uma pessoa muito mais difícil quando estou em "abstinência" da pedaladas.

Por diversos motivos, agarro o ciclismo como esporte e faço outros esportes para me capacitarem a continuar pedalando e conhecendo locais como estes que compartilho com vocês.

Não tenhamos presa e aprendamos como as crianças a dar um passo de cada vez até alcançarmos nossos objetivos.

Viva bem e melhor.

terça-feira, 22 de março de 2016

O Psicológico e a Espondilite Anquilosante

A última semana foi realmente tensa, não por causa da Espondilite Anquilosante, mas sim pela crise moral que nossa sociedade está acometida, seja onde quer que seja.

Mas o que isso tem em relação à EA? Nada eu diria, mas infelizmente não é bem assim.

Fiquei impressionado como o meu emocional me fez sofrer dores que até então eu relacionava única e exclusivamente ao estresse da vida moderna, mas hoje entendo que não. As dores são sim efeito do meu psicológico dando forças para a EA.

Na última quarta-feira, 16/03, sofri muito com todo esse arsenal de bombas psicológicas e agressivas que afetam uma pessoa sem doença crônica quanto mais quem tem alguma doença que já contribui para um certo descontrole emocional.

Esse descontrole ficou muito evidente em mim e em todas as minhas ações nos dias 16 e 17/03. Na quarta-feira fui para a faculdade e com certeza não era eu quem estava lecionando a disciplina para meus alunos. Eu estava acometido por uma queimação tão forte nas costas e sentindo todo o peso da bagunça de nosso país em minhas costas.

Várias vezes eu pensei que ao chegar em casa, tomasse um banho e relaxasse tudo se resolveria, ledo engano.

No caminho de casa fiquei perdido dentro do ônibus e acabei por saltar dois pontos antes de onde realmente deveria tê-lo feito. Isso nunca havia me ocorrido.

Essa quarta-feira parecia não acabar e eu não consegui encontrar o sono, nem mesmo um conforto para dormir. Acabou que por volta das 2 horas da madrugada, encaminhei uma mensagem para meu fisioterapeuta informando que não compareceria à clínica naquela data.

Peguei um livro e comecei a ler, mas como ler no meio da guerra em que minha cabeça se encontrava? Por volta das 4:45 adormeci.

Acordei às 8h da quinta-feira ainda com um peso nas costas e me indaguei: "Por que? Viva sua vida, siga em frente", mas não fui tão forte e continuei abalado por toda situação externa.

A quinta-feira foi tão complexa quanto o dia anterior. Tanto que não tive forças para fazer o meu trajeto Casa-Trabalho de bike, fui de ônibus que também estava com um clima muito pesado.

Resolvi passar na igreja e pedir apoio aos espíritos mais evoluídos para tentar vencer o dia, mas as preocupações externas não me deixavam em paz e com isso as dores, apesar de mais amenas, não me abandonavam.

O dia foi demorado, difícil, carregado e por fim resolvi me encontrar mais efetivamente com Deus e Jesus Cristo, solicitando a apoio que todos nós precisamos. Após esse encontro, me senti mais leve e consequentemente as dores foram desaparecendo.

Com tudo isso afirmo que, ao menos no meu caso, o estado psicológico afeta as ocorrências relacionadas à EA.


terça-feira, 15 de março de 2016

Estar Bem e Se Sentir Melhor Ainda

Apesar do pouco tempo em que fui diagnosticado com a EA, tenho aprendido muito a viver e conviver com essa nova realidade.

Desde o diagnóstico que eu venho tentando mudar e muito o meu estilo de vida em prol do meu bem estar e melhores condições físicas e mentais.

A rotina diária em uma cidade grande e tumultuada como a que vivo, Belo Horizonte, torna nossa vida ainda mais difícil. Os problemas como trânsito caótico, barulhos, falta de respeito e educação em toda a parte e de toda forma só prejudicam à todos. Nós, seres adaptáveis que somos, vamos nos acostumando à essas consequências das grandes cidades, porém eu me questiono: Isso é bom mesmo?

Visando uma melhor qualidade de vida, busquei e venho buscando alternativas para que esses problemas, que nunca vou ignorar, não afete tanto minha vida e meu psicológico.

Percebi que o psicológico é um agravante para mim em relação à EA. Quando estou bem, eu nem me lembro dela, porém quando estou com baixo astral ou baixa-auto-estima percebo que as situações que envolvem a EA me vêem mais à tona.

Dessa forma, tenho me apegado muito às situações, coisas e pessoas que me fazem bem, porém como evitar todo o transtorno que o país está vivendo e os transtornos de se viver em grandes centros? Bom, essa resposta é muito pessoal e individual, até certo ponto egoísta.

Eu tenho levando meu trabalho um pouco menos a sério do que eu levava até antes do diagnóstico, me cobrava muito por eficiência e eficácia e às vezes meu trabalho não dependia apenas de mim e eu acabava por me desdobrar para que as tarefas fossem feita no Padrão de Qualidade Hélio Filho, quase perfeccionista.

Outras situações que tenho focado muito nesse momento da minha vida são nas pessoas, locais e momentos que me fazem me sentir bem e com muita vontade de viver.

Eu tenho tentado usar menos as redes sociais em geral e ter um contato mais pessoal e direto com as pessoas que eu gosto e que gosto de sentir a presença. Tento, à medida do possível, mostrar para essas pessoas que elas são importantes em minha vida e o quanto eu sou grato por elas.

O esporte tem me apresentado pessoas que me motivam a continuar lutando, crescendo e evoluindo como ser humano e como prova de que a EA é apenas um diagnóstico que somente terá força sobre mim se assim eu quiser.

Deus colocou algumas pessoas em minha vida logo após o diagnóstico da EA, que não vou citar nomes para não ser injusto com ninguém. Algumas dessas pessoas me motivam e me fazem acreditar que é possível viver muito bem enfrentando todas as dificuldades que por ventura a doença me acometer.

Agradeço imensamente à Deus por essas pessoas de energias tão positivas e peço que Ele sempre as abençoe.

Hoje eu coloco todo meu foco nas coisas e pessoas que me fazem bem, sem ignorar a EA. Como eu sempre digo àquelas que eu confiei em dizer meu diagnóstico "Eu Vivo a minha vida, não vivo a EA"

Finalizo por agradecer de coração às pessoas que motivaram essa postagem e que não vou citar nomes, uma vez que ao ler você se identificará com meus agradecimentos.

Obrigado.





sábado, 5 de março de 2016

Bem Para a Alma e Coração

Como diz o título deste post, não sei se faz bem para a EA, mas faz muito bem para a alma e para o coração.

No último sábado de fevereiro de 2016 agendamos, eu e uma turma de amigos, uma visita ao Lar de Idosas Lar da Vovó aqui em BH.

São muitas vovozinhas e muitas histórias distintas nesse lar, mas desde a primeira vez que fui lá eu me encantei com algumas delas.

Chegamos lá por volta das 14h e ficamos até as 17. Nesse curto intervalo de tempo, recebemos muitos carinhos, beijos, abraços e ouvimos muitas histórias. Um amigo nosso levou violão e fez uma tarde musical para elas que adoraram.

Eu sei que para nossa doença não faz a mínima diferença essas ações, mas o fato de fazer o bem para aquelas senhoras me deixa tão feliz e com uma vontade imensa de sempre levar um pouco de atenção e carinho para elas. Ou seja, me faz sentir útil e amado.

Tenho certeza que eu recebo muito mais que levo para elas, receber aqueles sorrisos e ver a alegria nos olhos delas me fazem querer lutar mais para ter saúde e me fazem ver o quanto às vezes sou fraco ao pensar em desistir por tão pouco.

Eu agradeço à todas essas senhoras pelo carinho que elas me recebem, pelo amor que elas demonstram comigo e principalmente pela força de continuar caminhando nessa luta incessante contra a EA e qualquer outra barreira que surgir em minha vida.

Sou grato à elas e aos amigos que foram comigo nessa visita.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Cicloviagem nas Férias - Caminho da Fé

O Caminho da Fé (www.caminhodafe.com.br) inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, foi criado para dar estrutura às pessoas que sempre fizeram peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida, oferecendo-lhes os necessários pontos de apoio.

Já é o segundo ano que me aventuro nessa peregrinação de fé, reflexão e oração. Esse ano utilizei em especial para me concentrar em conversar com o Pai sobre a EA e sobre como devo me comportar de agora em diante.

Saímos no dia 11/02 de Belo Horizonte até São Carlos-SP de ônibus, nessa cidade fizemos a credencial que receberiam os carimbos de onde passássemos até Aparecida onde receberíamos o certificado de peregrino.

No dia 12/02 fizemos um trajeto de 84,96 quilômetros por estrada de chão entre São Carlos e Santa Rita do Passa Quatro. Graças à Deus não senti nenhum incomodo proveniente da EA.

Uma recomendação que minha reumatologista me faz é que eu me atente muito ao alongamento das costas e lombar, portanto eu fazia e faço alongamentos específicos duas vezes ao dia para evitar quaisquer transtornos. Adaptei o hábito de fazer alongamentos para costas e lombar ao acordar, me sinto muito melhor para levantar da cama e começar o dia.

No dia 13/02 fizemos um trajeto de 91,88 quilômetros entre Santa Rita do Passa Quatro e Vargem Grande do Sul. Nesse dia eu senti um pequeno incomodo nas costas ao lavar as roupas, pode ser pela posição que me encontrava junto ao tanque, porém após os alongamentos diários não senti mais nenhum incômodo.

No dia 14/02 fizemos um trajeto de 95,67 quilômetros entre Vargem Grande do Sul e Serra dos Limas. Esse dia a altimetria começou a ser um dificultador, mas graças à Deus não tive incômodos significativos, mas não deixei de fazer meus alongamentos.

No dia 15/02 fizemos um trajeto de 73,21 quilômetros entre Serra dos Limas e Tocos do Moji. Nesse dia fomos seguidos por uma chuva o tempo todo e ela nos pegou saindo de Borda da Mata, o trecho entre Borda e Tocos do Moji foi debaixo de muita chuva e fizemos 3 quilômetros praticamente carregando as bikes, uma vez que o barro estava acumulando no passador dianteiro e não havia condições de pedalar. Optamos por fazer o trajeto por asfalto para evitar desgastes desnecessários.

No dia 16/02 fizemos um trajeto de 64,51 quilômetros entre Tocos do Moji e Paraisópolis. A ideia era chegarmos em Cantagalo, entretanto tivemos que atrasar nossa saída devido à grande quantidade de chuva que caiu durante a noite. Esse trecho foi composto por serras muito grandes e uma altimetria muito forte. Apesar de toda a altimetria, dificuldades providas pelas chuvas, trechos empurrando a bike e aos alongamentos que não deixo de fazer, não senti nenhum incômodo proveniente da EA.

No dia 17/02 fizemos um trajeto de 28,89 quilômetros entre Paraisópolis e Luminosa (Pousada da Dona Inês). Esse dia foi mais curto, estrategicamente, para termos um maior descanso para subir até Campos do Jordão no dia seguinte.

No dia 18/02 fizemos um trajeto de 113,8 quilômetros entre Luminosa (Pousada da Dona Inês) e Aparecida do Norte.

Todos os dias eu fazia uma sessão de alongamentos antes e após a realização do trajeto. Na sessão realizada pela manhã eu focava mais nos conjuntos musculares de costas e lombar, para a sessão de término da pedala não havia foco, me concentrava em alongar todos os grupos musculares possíveis. Tenho certeza que essas sessões de alongamento me ajudaram muito.

Eu fico muito satisfeito e até mesmo orgulhoso de conseguir realizar essa aventura que é uma cicloviagem. O desgaste é muito grande, tanto físico quanto mental, mas me sinto privilegiado por poder pedalar por 8 ou até 10 horas por dia tendo um diagnóstico de espondilite.

As dores existem sim, mas entendo que são dores do desgaste físico por horas pedalando, por tantas subidas de montanhas realizadas e até mesmo por falta de um preparo físico mais eficiente.

Se eu não tivesse o diagnóstico de EA já seria um grande feito essa cicloviagem, afinal pedalar 564 quilômetros em 7 dias por montanhas, estrada de chão e com altimetria considerável é um desafio muito grande. Com o diagnóstico da EA me sinto na obrigação de compartilhar com vocês que é possível sim ter uma vida saudável quando se opta pela vida e não pela doença.

Faço os acompanhamentos normais com o reumatologista, porém resolvi que não devo tratar apenas a doença e sim tentar fazer com que ela não me cause mais lesões. Por isso intensifiquei a prática de esportes e criei uma rotina médica mais intensa com clínico geral, endocrinologista, cardiologista e oftalmologista.

Atualmente o clínico geral está com um acompanhamento semestral, reumatologista trimestral e endocrinologista um acompanhamento anual.

Eu agradeço muito aos amigos que fizeram essa cicloviagem comigo. Marcel e Paulo, obrigado pela paciência, respeito e companheirismo.